(Imagem da Lapônia, suposta terra de Papai Noel)
Primeiramente, vale fazer alguns esclarecimentos, visando a dirimir algumas controvérsias que pairam a respeito dessa personagem conhecida em todo o ocidente e aguardada com ansiedade por crianças em diversos países.
A imagem original de Papai Noel é a de um velhinho sorridente, com barba e bigode longos e brancos, usando uma vestimenta composta de calça vermelha, casaco vermelho com pinhos, colarinho e bainha brancos, botas pretas, cinto preto, e um gorro igualmente vermelho com as abas brancas e um pompom branco na extremidade.
Segundo essa mesma versão, o bom velhinho reside no extremo norte, numa terra de neve eterna, mas não se sabe exatamente norte de onde.
Para esclarecer essa dúvida, surgiram duas versões, uma americana, segundo a qual ele reside no polo norte, e outra inglesa, segundo a qual ele reside na Lapônia, região da Finlândia.
Endereços à parte, as duas versões convergem em alguns pontos: ele vive com sua esposa, Mamãe Noel, tem a seus serviços incontáveis elfos mágicos que trabalham ao longo de todo o ano em sua fábrica de brinquedos e presentes que serão distribuídos por ocasião da passagem do Natal. Tem ainda oito renas voadoras que conduzem o trenó onde ele carrega os presentes que serão entregues.
Na tradição, o bom velhinho faz, ao longo do ano, uma lista das crianças do mundo todo, classificando-as de acordo com seu comportamento, assim, as crianças bem comportadas recebem brinquedos e doces no Natal, enquanto as mal comportadas recebem carvão.
Na lenda original, os presentes, na madrugada do dia 24 para o dia 25/12, são lançados pela chaminé, ao pé da qual deverá estar a árvore de Natal montada para que ao seu redor os presentes se alojem. Essa a verdadeira lenda.
O visual atual de Papai Noel foi criado pelo cartunista Thomas Nast e publicado na Revista Harper's Weeklys em 1886.
Quanto às origens da lenda, existem muitas controvérsias, mas, se uma coisa é certa, é que ela foi inspirada em um personagem da vida real: Nicolau Taumaturgo, arcebispo de Mira na Turquia, durante o Século IV da Era Cristã.
Nicolau se notabilizou por dar presentes a pessoas extremamente necessitadas, muitas vezes salvando-as da miséria. Uma das histórias mais conhecidas a seu respeito diz que ele teria atirado pela janela de uma casa três sacos de ouro (em dias diferentes), salvando da prostituição as três filhas de um camponês muito pobre. O dinheiro teria provido as moças com um bom dote que lhes assegurou um casamento respeitável e feliz.
Após sua morte e, depois de lhe serem atribuidos inúmeros milagres, foi canonizado pela Igreja. A data comemorativa de S. Nicolau é 6 de dezembro e era costume as pessoas, nessa data, trocarem presentes em memória do santo.
Dada a proximidade da data comemorativa do santo, com a da maior festa da cristandade, foi começando a haver uma fusão das duas datas e as pessoas foram passando a dar presentes no dia de Natal. Posteriormente, na Alemanha, S. Nicolau foi transformado em símbolo natalino e a ideia pegou.
Infelizmente, a ideia da troca de presentes no Natal, que deveria estar associada à generosidade cristã de Nicolau, foi adotada pelo capital que, gradativamente, transformou a data em uma fonte de gananciosos lucros e plantou na cabeça das pessoas apenas o aspecto material do presentear, deixando que aos poucos perecesse o tom de fraternidade e de solidariedade cristãs de que o ato deveria se revestir.
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