Como todos que me acompanham sabem, estou em férias ao longo deste mês de janeiro, e férias é sinônimo de alegria, descontração, diversão, lazer, enfim, de todas aquelas coisas que dão sabor à vida, não é mesmo?
Exatamente por isso, tomei a decisão de atravessar o período com um olhar menos crítico sobre os fatos da vida, apenas aproveitando e curtindo a família. Decidi, para isso, fazer uma viagem a Santa Catarina e desfrutar uma praiazinha. Mal sabia eu que esse programinha iria fazer com que eu rompesse com a decisão que tomara. Bom, nada é perfeito!
A história interessante aconteceu logo no primeiro dia de viagem: como se tratava de uma viagem longa e como eu estava viajando com crianças, não dava para fazer o percurso inteiro de uma vez, razão pela qual decidimos dormir a primeira noite em algum ponto do percurso, logo que escurecesse e seguir no dia seguinte, com todos descansados.
O anoitecer nos encontrou em Campinas. Ali resolvemos fixar acampamento e, para tanto, buscamos um hotel que se adequasse a nossas necessidades. Não conhecíamos a cidade e deixamos que o GPS fizesse a indicação de um lugar, para onde nos dirigimos, já ansiosos por um banho e uma boa cama.
Abro aqui um parêntese para dizer que preparação de viagem é sempre uma tarefa muito confusa e, por mais que a gente se esforce em fazer tudo perfeito, alguma coisa sempre acaba sendo esquecida e, dessa vez, não foi diferente: minha mulher não levou a certidão de nascimento de nosso filho de quatro anos. Mas levou o cartão da criança, onde existe todo um acompanhamento da vida dele, desde o nascimento, com informações que incluem a filiação, as vacinas que tomou, as consultas médicas, enfim todo um histórico, com carimbos e assinaturas de médicos, tudo bastante autêntico e bem mais difícil de ser falsificado que uma certidão de nascimento.
Eram cerca de oito horas da noite, quando chegamos a um hotel situado na Avenida Campos Sales. Dirigi-me à recepção e acertei os detalhes com o funcionário que me atendeu. Tudo ia muito bem, até que ele me perguntou se eu tinha documento do Artur (meu filho de quatro anos). Consultei a Sônia que me informou que havia trazido apenas o cartão da criança. Repassei a informação e o documento ao funcionário que me respondeu que eles exigiam um documento com foto. Imaginem a minha cara quando ouvi que queriam um documento com foto de uma criança de quatro anos. Até onde eu sei, documentos oficiais com foto, apenas carteira de identidade e carteira de habilitação. Meu filho ainda não é habilitado e, para falar a verdade, eu nem sei se a Polícia Civil emite identidade de crianças dessa idade.
Ante meu argumento de que meu filho não possuía documentos com foto, ele me respondeu que seria necessária a certidão de nascimento. Aí não adiantou mais, porque ele me informou que existe uma lei estadual que proíbe a hospedagem de crianças cujos pais não apresentem documentação.
Saí dali disposto a encontrar uma Delegacia de Polícia, onde pudesse obter alguma autorização provisória, permitindo-me hospedar minha família, mas, enquanto buscava a delegacia, passei por um hotel bem mais modesto que o anterior e resolvi fazer a tentativa. Deu certo. A recepcionista aceitou o cartão da criança como documento do Artur e nós nos hospedamos. Foram acomodações simples, básicas, mas que nos permitiram descansar até o dia seguinte. E o hotel que não nos aceitou deixou de receber nosso dinheiro.
Agora, eu não posso deixar de me irritar com uma coisa assim, pois, se a tal lei estadual realmente existe - e eu não duvido de que exista - sua razão de ser provavelmente é proteger as crianças e, assim sendo, ela aparentemente padece de uma brutal contradição, para não dizer idiotice. Eu pergunto: é melhor negar hospedagem e deixar a criança na rua do que hospedar e comunicar o fato às autoridades que poderiam fazer uma simples averiguação e, até mesmo, evitar a prática de alguns crimes contra menores, quando for o caso?
Quando eu falo da qualidade de nossos legisladores, aparentemente eu não estou muito errado.
De qualquer forma, a viagem foi ótima e, na volta, hospedei-me novamente no estado de São Paulo, dessa vez na cidade de Limeira, onde fomos muito bem recebidos no Nacional Inn Hotel que não fez qualquer tipo de exigência dessa espécie. Parabéns a eles.
Deixo abaixo alguns momentos da agradável viagem.
Sônia e Tutuzinho no Canhão do Forte em Florianópolis
Minha mãe, João e Tutu depois do almoço na praia em Florianópolis.
Passeando em Brusque
Eu no Museu do Sambaqui em Joinville
Passeando pelas ruas de Blumenau
Olha a cara de alegria do João na porta do Beto Carreiro World
Esse é o meu pequeno tirolez posando para foto em Pomerode.
Oi gatinho,
ResponderExcluiras fotos ficaram ótimas no blog!