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sábado, 30 de janeiro de 2010

Palestina: Um pouco de História 2ª parte.



Em 1587 o Império Turco Otomano – um dos mais poderosos da época – conquistou a Palestina. Tratava-se de um povo muçulmano, exatamente como os habitantes da região conquistada.
Neste ponto, é importante ressaltar que, desde a saída dos judeus em 135 d.C., iniciou-se um processo de ocupação do espaço por árabes, maioria absoluta naquela parte do mundo, e que esses árabes permaneceram em solo palestino, criando suas famílias e seus rebanhos, ao longo dos séculos.
Ali estiveram após a queda do Império Romano, enfrentaram diversos invasores, alguns dos quais muito cruéis, mas permaneceram. E tendo permanecido, construíram cidades e fincaram suas raízes naquele solo.
Após a conquista turca não foi diferente: apesar de todas as dificuldades encontradas com a invasão por um império que se mostrava extremamente cruel com os povos que dominava, os árabes (palestinos) ali continuaram, conduzindo suas vidas e preservando sua cultura e suas tradições. Gerações se sucederam e veio o princípio do Séc. XX, com o entrechoque das políticas imperialistas conduzidas por países como Inglaterra, França, Alemanha, Império Austro-Húngaro, Rússia e Turquia.
Essa política internacional insustentável acabou gerando a Primeira Guerra Mundial. Quando o conflito começou, as potências da Entente – Inglaterra, França e Rússia – já haviam compreendido a importância econômica do Oriente Médio, devido às grandes jazidas de petróleo ali existentes, e compartilhavam o interesse em controlar essa nova riqueza.
Para isso era imprescindível acabar com a dominação otomana, por isso, os ingleses e franceses prometeram às populações árabes que ajudariam a promover a independência de seus países, caso eles se sublevassem contra o Império Turco que entrara na guerra ao lado da Alemanha e de Áustria.
Os levantes efetivamente ocorreram e, com a ajuda dos árabes de todas as nações do Oriente Médio, em dezembro de 1917 as forças turcas se renderam aos ingleses, pondo fim ao conflito na região. Apesar disso, as potências ocidentais não cumpriram o acordo de promover imediatamente a independência daqueles países: ao invés disso, criaram um regime de mandatos, onde Inglaterra e França dividiriam a responsabilidade pelas diversas nações ali existentes. A Palestina ficou sob administração britânica. Foi a primeira rasteira sofrida pelos palestinos.
Sucede que, após a diáspora no ano 135 d.C. os judeus abandonaram a região e se espalharam por diversos outros países, principalmente da Europa Central e do Leste. Sempre foram um povo segregacionista, recusando-se a se integrarem ás populações dos países que passavam a habitar. Mantinham-se isolados, só se casavam entre eles mesmos e tratavam com imenso desprezo os verdadeiros nativos daqueles países, designando-os por “góis”, palavra do idioma iídiche que representa todos os que não são judeus e, por isso mesmo, devem ser vistos como inferiores.
Esse comportamento despertava o ódio das populações nativas em relação ao povo judeu, mas eles (judeus) pouco ligavam para isso, pois desde séculos acalentavam um projeto de criação do “Lar Nacional Judaico” que deveria abrigar todos os judeus do mundo e servir de base para um projeto mais amplo – o projeto sionista – que previa que um dia os judeus dominariam todos os povos, todas as nações.
Embora os judeus não tivessem pátria, tinham um poderio econômico imenso, pois sempre se notabilizaram por serem grandes financistas (agiotas incomparáveis), controlando bancos e instituições financeiras no mundo inteiro. O movimento sionista contava com a simpatia do governo inglês e sabe-se que, mesmo tendo feito um acordo com os árabes para ajudar a promover a independência dos países do Oriente Médio, ingleses e franceses também fizeram um acordo secreto com os sionistas, onde prometiam, em pouco tempo, ajudar a promover a criação do “Lar Nacional Judeu”, exatamente no lugar que era o preferido pelos sionistas: a Palestina.
Nos termos desse acordo, tão logo a guerra terminou, o movimento sionista começou a enviar grandes levas de migrantes judeus para a região, promovendo a compra de terras e procurando assentar a maioria possível de colonos.
Enquanto isso, ao longo das décadas de 20, 30 e 40, vários outros países do Oriente Médio foram conseguindo sua independência política, como aconteceu com o Líbano, a Síria, a Jordânia, o Iraque, a única exceção foi a Palestina. O acordo feito com os palestinos não foi cumprido. Mais do que isso, o mandato britânico na Palestina começou a demonstrar que tinha como objetivo principal a criação da infraestrutura necessária para levar a cabo o projeto sionista.
Tão logo tomaram conhecimento disso, os palestinos se sentiram traídos, defraudados e, logicamente, se opuseram veementemente à instalação do dito Estado Judeu. Ao longo das décadas seguintes, várias revoltas explodiram na Palestina e, ao final de cada uma delas, os inquéritos abertos pelos britânicos reconheciam a legitimidade das reivindicações dos palestinos e propunham medidas para implementar a independência da Palestina, mas o tempo passava e nenhuma dessas medidas era verdadeiramente implementada.
Em 1939 a Inglaterra mudou sua política e propôs a criação de um único estado para judeus e palestinos, mas a nova proposta continuou a ser recusada pelos palestinos. Sobreveio a Segunda Guerra Mundial e o holocausto precipitou a migração de judeus para o território palestino, onde eles se sentiam seguros em relação ao extermínio promovido pela Alemanha.
Terminada a Segunda Guerra, a Inglaterra: já descrente da possibilidade de encontrar solução pacífica para o problema palestino e enfrentando a hostilidade de grupos terroristas judeus que não aceitavam o descumprimento do acordo secreto de criação do estado judeu; renunciou ao mandato sobre a Palestina e jogou a responsabilidade da questão para a recém-criada Organização das Nações Unidas.
Em novembro de 1947 a Assembléia Geral da ONU, aprovou a resolução 181 que dividia a Palestina em dois estados diferentes, um estado árabe e um judeu. Era o golpe decisivo contra o povo palestino, traído pelas grandes potências e obrigado a aceitar essa solução, sobre a qual ele não teve qualquer controle.

Aguardem continuação.

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