Eu até já havia me proposto a não falar mais desse assunto, visto que já publiquei antes um artigo intitulado "Mundo Chato", onde eu o abordei, não como tema principal, mas entre os muitos temas a que o artigo fazia referência. Contudo, alguns acontecimentos recentes, somados a uma descoberta que fiz acabaram por me convencer a voltar ao tema. Sei que serei criticado por alguns, mas, enfim, eu não me importo. Esse blog é território livre e podem me atacar à vontade (só não xinguem minha mãe), desde que admitam que existe sensatez em minha opinião.
Estou com quarenta e seis anos (quase quarenta e sete) e, nessa fase da minha vida, já decidi que não estou mais disposto a conviver passivamente com algumas coisas que há muito vem me causando irritação; entre elas a lastimável, ignominiosa, preconceituosa, descabida e burra perseguição aos fumantes. Sim, porque isso se tornou uma coisa incidiosa, nojenta, que produz uma discriminação totalmente desprovida de senso crítico e manipulada através da mídia por uma meia dúzia de fanáticos de plantão que cria e dissemina mentiras, gerando um preconceito que cresce dia-a-dia. Faz lembrar Hitler quando começou a perseguir os judeus.
Não pensem que eu estou fazendo apologia ao cigarro, ao tabagismo sob qualquer matiz, porque eu não sou tolo. Sou fumante desde os quatorze anos e sempre fui consciente de que o cigarro não era uma coisa boa para mim. Ao longo de todo esse tempo, jamais estimulei quem quer que fosse a fumar também e, entendam bem isso, até desestimulei alguns que me confessaram ter o desejo de experimentar. O que me causa náuseas é ver uma massa de insensatos repetindo chavões do tipo "isso vai te matar", "eu tenho direito de respirar ar puro", "eu não quero ser fumante passivo" entre tantas outras pérolas. Conheci uma pessoa que vivia dizendo que tinha direito de respirar ar puro e que tinha todos os móveis de sua casa feitos do mais puro mogno, e ainda dirigia uma camionete movida a óleo diesel. Aparentemente falta reflexão, falta bom senso, falta inteligência mesmo. E sobra intolerância, sobra intrujice, sobra rabujice...
O que muitos não conseguem perceber é que alguns fanáticos semeiam inverdades e - o que é pior - muitos ainda revestem essas inverdades de uma falsa cientificidade, com o objetivo de ganhar credibilidade para o seu fanatismo. Por exemplo: que base científica existe para sustentar a teoria do fumante passivo? Quem pode comprovar essa baboseira? Eu tenho um filho de dezesseis anos que cresceu ao meu lado, conviveu com a fumaça do meu cigarro desde a mais tenra idade e é hoje um adolescente extremamente saudável, com quase 1,80 de altura, esportista e que não contrai nem mesmo resfriado. Teria ele algum gene diferenciado que o livraria da condição de fumante passivo? Gostaria de sugerir aos pesquisadores de plantão que fizessem algum tipo de pesquisa para justificar essa ocorrência.
Digo isso, porque já vi todo tipo de pesquisa idiota nessa área, mas recentemente tomei conhecimento de uma que foi realizada em Israel (que por sinal tem uma longa tradição em pesquisa científica) que afirma que o hábito de fumar está ligado a um baixo QI nas pessoas em geral. Segundo essa brilhante e esclarecedora pesquisa foram analisados vinte mil recrutas do exército israelense e os de mais baixo QI eram os que fumavam. A pesquisa também aponta que a própria decisão de fumar decorre de uma baixa inteligência.
Isso para mim foi uma revelação sem precedentes, até porque, subitamente, descobri que sou burro. É bem verdade que eu tenho duas graduações, pós-graduação, atuo em duas profissões que exigem, acima de tudo, bom desempenho intelectual, mas, não resta dúvida, sou burro, porque sou fumante. Isso não é sensacional?
A princípio, confesso que fiquei um pouco decepcionado, pois sempre tive de mim mesmo um ótimo conceito no que diz respeito ao quesito inteligência (isso sempre foi a coisa mais importante da minha vida), mas, aos poucos, acabei por me conformar com minha nova condição e a principal razão de meu conformismo é que fui buscar consolo em alguns companheiros de infortúnio, alguns deserdados pela inteligência, burrinhos de plantão que me deram algum alento. Entre eles: Chico Buarque de Holanda, Vinícius de Moraes, Machado de Assis, Guimarães Rosa, Jorge Amado, Tom Jobim, Oscar Niemeyer, Amadeus Mozart, Abraham Lincoln, Sigmund Freud, Winston Churchill, Mark Twain, Oscar Wilde, Clarice Lispector, Heitor Villa Lobos, Bertrand Russel, Carl Jung, Pablo Picasso, Jean Paul Sartre, Roland Barthes, Charles Baudelaire, Fernando Pessoa, Pablo Neruda, Charles Chaplin... Ah, sim, e o mais burrinho de todos: Albert Einstein.
Recentemente, tomei uma outra atitude visando a tentar mitigar os males que o cigarro vem causando a minha inteligência: passei a assistir ao Big Brother Brasil, pois sei que a maioria dos participantes de mentes brilhantes não fuma. São representantes da geração saúde.
Modestamente, contudo (perdoem-me se eu estiver errado, afinal o cigarro me tornou burro), acabei tirando uma conclusão de caráter meramente inferencial sobre a pesquisa em questão: deduzo que O HÁBITO DE NÃO FUMAR CAUSA UM GRANDE COMPROMETIMENTO NA CAPACIDADE DE FAZER PESQUISA CIENTÍFICA.
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