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Frases Célebres

quinta-feira, 10 de março de 2011

Para que Serve a Literatura?

Lembro-me da pergunta de um aluno: “Professor, mas afinal, Literatura serve para que?”
É uma pergunta que a muitos professores pode causar certo embaraço, principalmente quando parte de um adolescente de dezesseis ou dezessete anos, que ainda não domina certos conceitos que embasariam uma resposta mais profunda.
No meu caso, utilizando-me de uma certa dose de esperteza, depois de estar lidando com adolescentes há muitos anos, respondi com outra pergunta: “Pense na música. Afinal, a música serve para que?”
O fato em questão é apenas mais um, no bojo de uma polêmica que já existe há séculos e para a qual parece não haver solução definitiva. Trata-se, na verdade, de responder, de forma mais abrangente, a pergunta: “Mas afinal, a arte serve para que?”
No mundo pragmático em que vivemos a questão da utilidade das coisas se torna cada vez mais importante, embora muitos ainda resistam a perceber essa verdade e continuem defendendo a ideia da arte pela arte. Particularmente acho isso uma tolice; entendo que a obra de arte, seja de que tipo for, traz em si um objetivo que lhe é inerente: comunicar. Sim, porque nenhum artista se expressa para não ser apreciado.
Ao lado dessa evidente função comunicativa, emergem algumas subfunções dela decorrentes, já que essa comunicação pode visar a divertir, a emocionar, a denunciar, a homenagear, a debochar, enfim, a uma gama de objetivos, cuja enumeração se tornaria enfadonha.
No caso da obra literária especificamente, ouso dizer que essa função comunicar se confunde, se é que não se subsume numa outra que aparentemente é o objetivo definitivo da literatura: entreter.
Quem quer que busque um livro, seja em prosa, seja em poesia – ressalvado o caso dos professores que muitas vezes leem por imposição do ofício – dificilmente o faz com outro o objetivo que não o de passar momentos agradáveis, compartilhando com o autor um mundo particular.
Essa experiência, no mais das vezes, se converte em uma verdadeira viagem, em meio à qual se experimentam as mais diversas sensações e emoções, e da qual não se retorna sem trazer na bagagem algum aprendizado.
Isso faz da Literatura, a meu ver, a mais nobre das artes, por ser a mais interdisciplinar e abrangente. Ela proporciona ao leitor uma jornada no espaço e no tempo, entremeada de mergulhos profundos na subjetividade das personagens, que despertam de ódios a paixões e dos quais invariavelmente se emerge um pouco mais conhecedor dos mistérios da mente humana, inclusive da própria.
Por tudo isso, me recuso a compartilhar da ideia de arte pela arte, ou de Literatura pela Literatura, da mesma forma que não consigo fazer coro com a opinião da crítica que bombardeia autores populares e enaltece sempre uma minoria de autores que trazem uma tarja de elitistas, no mais das vezes detentores de um estilo psicopatético (é isso mesmo psicopata + patético), que não conseguem comunicar, não conseguem entreter, não conseguem nada.
O autor de um Best seller, em minha opinião, é, no mínimo, um grande comunicador, alguém que consegue fazer com que suas ideias cheguem a milhões de pessoas, produzindo as mais diversificadas reações e atingindo aquela que é a função primordial da Literatura.

AGUIAR, Edimara. A função da Literatura. Disponível em: http://www.recantodasletras.com.br/pensamentos/2173344 Acessado em 28/12/2014, às 01:11

GIACON, Eliane Maria de Oliveira. Natureza e função da literatura. Disponível em: http://www.discursividade.cepad.net.br/EDICOES/07/Arquivos/06.pdf Acessado em 28/12/2014, às 01:13.

SINESTESIA CULTURAL. A função da literatura. Disponível em: https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3578901394904007008#editor/target=post;postID=8680609703529386446;onPublishedMenu=posts;onClosedMenu=posts;postNum=2;src=postname Acessado em 28/12/2014, às 01:15

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